By Diego Paulo 
Quando falamos em celulares usados para jogos, muitos consumidores acabam buscando opções baratas, mas capazes de entregar desempenho decente em títulos populares. E, nesse cenário, um modelo que costuma aparecer nas listas de recomendados é o Galaxy S9, lançado pela Samsung em 2018. Mas será que, em pleno 2025, ele ainda é uma alternativa viável para quem quer gastar pouco e se divertir jogando?
Design e Construção: Ainda Impressiona?
É impossível começar sem falar do design. O Galaxy S9 foi um dos smartphones mais bonitos de sua época — e, mesmo hoje, não faz feio ao lado de aparelhos intermediários mais novos. Traz construção em vidro com bordas curvas, moldura em alumínio e certificação IP68 contra água e poeira. Por outro lado, há um ponto importante: telas de vidro envelhecem, mas não viram pedra. Comprar o S9 usado exige cuidado com riscos, trincos ou amarelamentos na tela Super AMOLED de 5,8 polegadas. Se encontrar um em bom estado, ponto positivo: a tela ainda é linda, tem resolução Quad HD+ (2960 x 1440), ótimo brilho e contraste para jogos.
Hardware: Snapdragon ou Exynos?
Aqui começa a parte crítica para jogos. O Galaxy S9 foi vendido em duas variantes, o Snapdragon 845, principalmente nos EUA, China e alguns mercados asiáticos, e o Exynos 9810, presente na Europa, Brasil e outros países. O Snapdragon 845, mesmo antigo, ainda é um chip respeitável para tarefas básicas e jogos mais leves. Ele conta com a GPU Adreno 630, que consegue rodar títulos como Free Fire com gráficos altos, PUBG Mobile em HD ou HDR com taxa estável, e Call of Duty Mobile em médio ou alto. No entanto, não espere milagres em títulos mais pesados ou mal otimizados, como Genshin Impact. Nesses casos, o S9 vai sofrer, principalmente por conta do throttling térmico após alguns minutos de jogo intenso.
Já a variante Exynos 9810 é menos interessante. Apesar de ter núcleos poderosos, a GPU Mali-G72 MP18 envelheceu mal. Ela apresenta desempenho inferior à Adreno 630 e tende a aquecer mais, levando a quedas de FPS perceptíveis em jogos médios e pesados. Se a ideia é comprar para jogos, a versão Snapdragon é a única que realmente faz sentido, mesmo sendo difícil de encontrar no Brasil.
Memória RAM e Armazenamento
O Galaxy S9 traz 4 GB de RAM. Para a época, era bom; hoje, é bem limitado. Muitos jogos atuais exigem mais memória, e apps abertos em segundo plano podem ser fechados com facilidade pelo sistema. Já o armazenamento pode chegar a 64, 128 ou 256 GB, expansível via microSD. Para jogos leves, 64 GB até dá conta, mas quem pretende instalar títulos grandes como Genshin Impact, Call of Duty Mobile ou Honkai: Star Rail vai sentir falta de espaço rapidamente.
Bateria: Aqui Mora o Maior Problema
Se tem algo que desanima no Galaxy S9 usado é a bateria. Ele sai de fábrica com míseros 3.000 mAh. Mesmo novo, já não era grande coisa; usado, pode ter capacidade reduzida pelo desgaste natural. Para quem quer jogar, isso é um gargalo sério. Em 2025, aparelhos intermediários superam facilmente os 5.000 mAh, entregando o dobro de autonomia. Em games como PUBG ou Call of Duty Mobile, prepare-se para ver a bateria despencar. Em média, 30 minutos de PUBG Mobile resultam numa perda de 18 a 22% de carga, enquanto 30 minutos de Call of Duty Mobile podem consumir de 20 a 25% da bateria. Ou seja, menos de duas horas de jogo intenso podem drenar toda a bateria. Trocar a bateria ajuda, mas é custo extra que pode inviabilizar a economia pretendida.
Software: Atualizações e Segurança
O Galaxy S9 ficou preso no Android 10 com One UI 2.5. Não recebe mais updates de segurança oficiais, o que pode ser preocupante para apps bancários ou dados sensíveis. Para jogos, não chega a ser impeditivo, mas vale dizer que alguns títulos exigem Android mais recente e podem ficar indisponíveis ou apresentar incompatibilidades.
Preço no Mercado de Usados
Hoje, o Galaxy S9 pode ser encontrado entre R$ 400 e R$ 700, dependendo do estado, capacidade de armazenamento e versão, seja Snapdragon ou Exynos. É barato, sim, mas é barato, tem tela excelente se bem conservada, e o Snapdragon 845 ainda aguenta jogos leves e médios. Por outro lado, a bateria fraca e velha, a versão Exynos que não vale a pena para jogos, os 4 GB de RAM que limitam multitarefa e jogos mais pesados e a falta de atualizações de segurança tornam o custo-benefício baixo.
Vale a Pena Para Jogos em 2025?
Se a ideia é gastar o mínimo possível e rodar jogos leves como Free Fire, Candy Crush ou emuladores antigos, a versão Snapdragon do Galaxy S9 pode servir, mas sempre com ressalvas. Contudo, para jogos mais exigentes, há opções melhores no mercado de usados ou novos básicos, como o Galaxy A34 5G, bem mais moderno com MediaTek Dimensity 1080, o Poco X5 Pro com Snapdragon 778G, ou o Moto G84 com Snapdragon 695. Esses modelos custam pouco mais, mas entregam muito mais desempenho, autonomia e segurança.
Em resumo, o Galaxy S9 pode ser tentador pelo preço, mas é um celular que envelheceu mal para jogos, principalmente na versão Exynos. Só vale se estiver barato, em bom estado, e se seu foco for jogos leves. Caso contrário, o barato pode sair caro.